Assassinos da Lua das Flores

Assassinos da Lua das Flores

19 de Outubro, 2023 0 Por Plínio Perrú

Vamos lá. Você imaginou que o PN teria gabarito pra falar de um filme do Scorsese? Veja onde chegamos. Hoje estamos falando de um Scorsese original e com assinatura. É um filme graaande de longo, mas a qualidade vale a pena cada minuto. Um ponto que me chamou a atenção é como ele bate em assuntos da história americana e com respingos a atualidade, inclusive, brasileira. O filme foi uma ótima adaptação do livro de David Grann, e é um filme tão vivo que a história não perde nossa atenção. Eu já disse que o filme é grande? Pois é. Mas a gente sabe que Martin Scorsese gosta de filme longo.

O diretor dispensa apresentações. Com mais de 69 filmes como diretor, entre eles “Bons companheiros” e “Gangues de Nova York”, tem também uma boa coleção de prêmios incluindo um Oscar pelo filme “Os Infiltrados” de 2007. O cara conduz muito bem toda essa tribo. Direção de elenco primorosa, tecnicamente forte e montado com precisão. E o ritmo não cai em tempo algum. Ele varia, mas isso é uma escolha precisa do diretor e olha que tem cenas grandes, mas tem conteúdo pra ocupar. O filme mostra e gera emoções reais. No roteiro tem as assinaturas de Eric Roth e David Grann (Autor da Obra que inspira o filme), além do próprio Martin Scorsese. E que história! Achei que seria um filme chato de galera roubando Nativo-Americanos , mas não. A forma como é apresentado o contexto histórico e o drama dos personagens apresentam um cinismo fluído, uma manipulação brutal e uma maldade disfarçada de boas intenções que constrange.

Sobre o elenco Eu já fui com uma hype maior. A maior bajulação que está primoroso, maravilhoso e blablabla. E não é que estavam certos. Os coadjuvantes e elenco de apoio estão muito bem, Até fiurante se comporta bem. Tem elenco de apoio que te cativa até na força do ranço. Agora o trio principal passa o trator geral. Lilly Gladstone como Molly Burkhart entrega uma atuação delicada e rica, com muitos detalhes. Cheia de micro expressão, olhares e movimentos mínimos. Mas quando vem os picos de emoções, ela é precisa e potente. Robert De Niro como William Hale, ou King, apresenta uma bondade cínica que dá raiva. King é benevolente, dissimulado, interesseiro, parece parente. E ele ta com as mãos limpas porque sabe muito bem mandar fazer. E por fim Leonardo DiCaprio como Ernest Burkhart, que está indiscutivelmente maravilhoso. A atuação do DiCaprio está tão maravilhosa que posso concordar com a fala de que é a melhor atuação dele. Está rica, complexa, profunda e viva, vai desde uma certa dose de inocência até a profundidade da angústia em um espectro de emoções muito bem trabalhadas.

O filme conta a história do povo Nativo-Americano Osage, que, ao descobrir petróleo em suas terras começam a prosperar muito. Eles contratam homens brancos como seus funcionários e sabemos os efeitos disso. Logo os “civilizados” acham um jeito limpo e tranquilo de tomar as terras e começam a enriquecer as custas das terras dos Indígenas: Casamento é um bom negócio. Mas não basta casar para herdar… e uma série de crimes vem acontecendo sem ser investigado. E essa não investigação tem uma intenção. Mas chega ao conhecimento do presidente que manda uma equipe de investigadores pra descobrir melhor. E uma fofoca aqui: essa equipe de investigadores, vai dar origem no futuro ao que conhecemos como FBI.

A nota para esse filme é sem dúvida nota 5 de 5

O filme estreia dia 19 de Outubro nos cinemas.